A problemática acerca das mudanças climáticas vem ganhando destaque nas discussões internacionais e combatê-la, é um dos principais desafios da humanidade na atualidade. O impacto negativo causado pela alteração do clima é fator crítico para a continuidade e competitividade dos negócios. Para as organizações de grande porte, com cadeias de valor complexas e geograficamente esparsas, o risco climático pode drasticamente afetar o negócio direta e indiretamente, seja por meio de impactos físicos em unidades produtivas ou por rupturas de cadeias logísticas, por exemplo. Para empresas pequenas, o risco climático pode ser ainda mais relevante, uma vez que a gama de soluções, estratégias e medidas de adaptação pode ser muito restrita ou de custo muito elevado.

O aumento do nível médio do mar, pode afetar cidades litorâneas, causando danos às instalações portuárias, ou mesmo com a elevação da intensidade e frequência da precipitação, pode ocasionar o aumento da presença de detritos nas rodovias, estradas e pavimentos, bem como deslizamentos de terra e inundações.

As mudanças na temperatura terrestre, tendem a impactar a infraestrutura de transportes, tais como pontes e trilhos, e agravar a deterioração das estradas e ferrovias, exigindo manutenções mais frequentes.

Os custos de transporte aumentarão com os desastres naturais e novas rotas seriam procuradas para o escoamento de produtos, fazendo com que fossem rompidas as cadeias de fornecimento tradicionais. O aumento de eventos extremos também pode afetar a passagem através de sistemas de bloqueio e aumentar os custos de manutenção de embarcações, carros e trens, resultando em maior tempo de atrasos e custo.

EVOLUÇÃO DAS DISCUSSÕES INTERNACIONAIS

A história recente das iniciativas internacionais na área de mudança do clima inclui os seguintes eventos e acordos:

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A Academia de Ciências da Suécia organiza um Estudo do Impacto do Homem sobre o Clima (Study of Man's Impact on Climate-SMIC reeditado pela MIT Press).

A Conferência de Estocolmo de 1972 (United Nations Conference on Man and the Environment) resultou na criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que, por sua vez, influenciou os países no estabelecimento de organismos de várias naturezas em suas estruturas executivas encarregados de temas ambientais.

Criação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima encarregado de racionalizar uma avaliação do estado do conhecimento sobre mudança do clima.

Resolução da Assembléia Geral da ONU sobre a proteção do clima para as futuras gerações e mandato de negociação de uma Convenção sobre Mudança do Clima.

Adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (United Nations Framework Convention on Climate Change-UNFCCC) e sua abertura a assinaturas por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92.

Entrada em vigor da Convenção, ao ser ratificada pelo número suficiente de Partes.

Adoção do Protocolo de Quioto e sua abertura a assinaturas. O regime criado caracteriza-se pelo estabelecimento de metas quantitativas de limitação e redução de emissões nacionais (Quantitative Emissions Limitation and Reduction Objectives-QELROS) para os membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mais os países do Leste Europeu e a antiga União Soviética., totalizando uma redução média global de GEE de 5,2% abaixo das emissões de 1990. Aos não incluídos no Anexo I são mantidos os compromissos gerais constantes da Convenção, que incluem o desenvolvimento de programas nacionais de mitigação de emissões.

Acontece em Johannesburgo, África do Sul, a Rio+10 , conferencia da ONU para fazer avançar os compromissos da ECO-92.

Entrada em vigor do Protocolo de Quioto, ao ser ratificado pelo número suficiente de Partes. Furacão Katrina devasta Estados americanos e chama a atenção do mundo para eventos climáticos

O IPCC, painel da ONU formado por cientistas, aponta evidencias de que o aquecimento é causado por ações humanas.

No Rio de Janeiro acontece a Rio+20, conferencia das Nações Unidas que elaborou o relatório: "o futuro que queremos", que traça metas para o desenvolvimento sustentável. O texto conduzido pelo Brasil é um consenso entre quase 200 países.

2015 Após a conferência e intensas negociações, os ministros de 195 países aprovaram, no dia 12 de dezembro, o Acordo de Paris, documento das Nações Unidas que possui um caráter legalmente vinculante, (obriga os Estados a atuar conforme o contrato ou o mesmo enfrentará consequências jurídicas) e marcará a luta universal contra o aquecimento global.